sábado, 17 de novembro de 2018

Gentileza e empatia

De um tempo pra cá eu tenho ficado mais na supervisão dos eventos do que na “produção”. Chamo alguém pra trabalhar comigo, alguém que confio e que já sabe como funciona o trabalho, e que tem princípios parecidos com os da Cia da Alegria - especialmente o respeito.
Daí hoje, eu estava ao lado de uma máquina de pipoca quando chegou um senhor e perguntou qual era o preço do pacote. Eu respondi, brincando, que era “Cinco reais, mas hoje o Papai Noel que tá pagando”. Rimos e ele disse que então ia querer.
- pode passar aí do outro lado, que esse moço te serve - eu disse.
Ele deu uma resmungada, falando que eu não queria trabalhar por isso mandei buscar com o moço. Mas foi buscar a pipoca. Quando, num tom irônico, ele mandou:
- não quer trabalhar, mas quer ganhar igual aos homens...

Eu expliquei que eu não só estava trabalhando como também era eu quem pagaria o André, que estava trabalhando comigo. Ele perguntou pro André se era verdade. Depois se arrependeu do que disse e pediu desculpas.

Ele pode ter falado sem pensar e sem a intenção de ofender, pode ter se arrependido e pedido desculpas.
Mas quando eu digo que a gente precisa mais do que pensar fora da caixa: a gente precisa sair da caixa é sobre isso que eu falo. 

A gente nunca sabe o que o outro tá fazendo, qual batalha ele tá vivendo. Eu não sei nada da história dele, não tenho como saber o que passa na cabeça dele pra me dizer o que ele me disse. Ele não sabe nada da minha história.
A gente pode imaginar que o cara é filho da put* ou imaginar que o cara só foi infeliz no comentário. 


O que a gente não pode fazer é perder a empatia e a gentileza. E pra mim, essas duas têm que estar dentro e fora da caixa.

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